Sendo pesquisadora, colecionadora e apaixonada pelas aventuras de Alice, é comum as pessoas me perguntarem que edição brasileira eu recomendo. A resposta é sempre, depende. Existem diferenças mais ou menos evidentes entre as traduções e adaptações e seus propósitos específicos, entre ilustradores e linguagens estéticas, entre múltiplas possibilidades gráficas expressas no design e que se traduzem na materialidade do livro. Também é importante levar em conta abordagens editoriais distintas que se consolidam através de notas, posfácios, prefácios e apêndices que favorecem um aprofundamento do leitor no texto e no contexto da obra.
Uma outra questão que é particularmente intrigante em se tratando de Alice é: que edições de Alice a pessoa já tem e o que espera dessa primeira ou dessa nova edição? Quer uma edição com conteúdo de referência e pesquisa e uma tradução de maior relevância acadêmica ou quer uma edição de colecionador artisticamente mais ousada e desafiadora? As vezes essas características se combinam, outras vezes não. Para quem é o livro? Qual a relação que o leitor tem com arte e literatura? É criança? É adulto? Que critérios são mais relevantes para você?
A Toca do Coelho. YAYOI KUSAMA. 2012.