"I think Max Ernst was always one of the most genuinely Nonsensical surrealists, plus he had a real sense of style and was always whooping it up. The way he bridged the late 19th century visual imagination into the eternal, shared dream of surrealism made a perfect place for some of Carroll’s works to live in.
When I was a kid out in the Virginia rural boondocks, my utterly cool, chain-smoking, wine-swilling, pharmacologically rampant Berliner-Tante Monica gave me a copy of Ernst’s Week of Kindness and I was utterly smitten. Carroll & Ernst, sounds like deranged, hipster accountants!"
Mahendra Singh at The official web site of the LCSNA.
Max ERNST: Lewis Carroll Wunderhorn


Em suas ilustrações, Ernst se aproxima desse espírito lógico. As imagens traduzem os modelos matemáticos do autor em representações simbólicas, através de imagens marcadas pela geometria e pela idéia de jogo, sem abdicar do caráter onírico e surreal de sua obra. As formas geométricas e orgânicas se fundem numa dança poética.
Os silogismos e os sorites são formalizados e recheados por conteúdos do mundo representados pela língua, pela etimologia, pelas palavras homônimas, pelos acrósticos e anagramas, pelas figuras retóricas (...) O interesse de Ernst pelos mecanismos fixos da lógica são capazes então de detonar a sua fantasia. A partir daí aquilo que para o pensamento convencional parece um nonsense torna-se plausível num nível mais alto, no nível de um mundo recriado.
Spies
Mas se nas ilustrações para Lewis Carroll Wunderhorn Enst se propôs a ser mais lógico e matemático do que os surrealista costumavam ser, podemos questionar a estreita relação defendida por muitos entre o processo de criação surrealista e o nonsense de Lewis Carroll. Fundamentalmente os processos carrollinianos são até mesmo o contrário de todo o processo surrealista, de forma que “(...) a idéia mais geral da criação onírica está no plano oposto das fantasias carrolinianas. Nelas, de certa maneira, o sonho é exorcizado pela realidade. Há uma fronteira precisa entre os dois universos e para passar de um para o outro é preciso submeter-se a um rito, entrar na toca e cair no poço ou então atravessar o espelho.” Entre a lógica do sonho e o sonho da lógica.
Sebastião Uchoa Leite
* Frottage:
Partindo da velha lição de Leonardo – olhar paredes envelhecidas, fonte inesgotável d imagens fantásticas sobre as quais é Possível trabalhar – Ernst relata como seu “olhar irritado” foi aprisionado pelas ranhuras do assoalho. Decidido a interrogar essa obsessão, o artista coloca sobre as tabuas folhas de papel que esfrega com grafite, retirando da madeira uma série de desenhos. ‘Com a curiosidade assim despertada e maravilhada’, escreve Ernst em Beyond painting, comecei a interrogar indiferentemente, utilizando para isso o mesmo meio, todos os tipos de material que se encontravam no meu campo visual: folhas e suas nervuras, as bordas desfiadas de um pano, (...) etc. Meus olhos viram então cabeças humanas, diversos animais, uma batalha que termina com um beijo (...)’ Assim o frottage faz surgir um mundo estranho que suscita o pânico e o encantamento.
João Frayze Pereira





