16 April 2024

13 January 2024

POP UP. “Alice Through the Looking Glass”.


 

 

Pop-up “Alice Through the Looking Glass”. Em Russo.

Ilustrações: Maxim Mitrofanov

@maxim_mitrofanov_illustrator

Arquitetura de papel: Oksana Ivanova

Publicado por AST em 2023

Disponível em @ruslaniabooks

 


 

Estou aqui encantada com essa joia rara que é a edição pop-up de Alice através do Espelho ilustrada pelo russo Maxim Mitrofanov e me batem a porta memórias de leituras e experiências. Quando tinha 5 anos ganhei uma edição de pop-up estilo carrossel de “João e Maria” dos irmãos Grimm que nunca mais encontrei, e dessa inspiração criei mais ou menos na época fantoches de meia e construí a casa de doces e biscoitos e escreveria e atuaria em uma peça de teatro pós-moderna sobre esse conto de fadas na escola aos 12 anos. Nesse percurso vivi intensamente essa ideia efervescente de que livros e seus moradores guardam mistérios e surpresas que atravessam limiares.

 

Disse uma vez o escritor italiano Giorgio Manganelli em sua brilhante leitura paralela das aventuras de Pinóquio: “Um livro a gente não lê; a gente se precipita nele. Ele está, a todo instante, em torno de nós”. E se abrir a capa de um livro for mesmo como abrir a primeira porta que nunca mais se fecha, revisito em Alice através do Espelho, uma história tão conhecida em que já mergulhei, ilustrei e atravessei tantas vezes, e reencontro com seus personagens que levantam da horizontalidade da folha e vivem comigo o desejo de que ganhem vida própria.

 

Eliza, a heroína do conto “Os Cisnes Selvagens” de Hans Christian Andersen, tinha um livro mágico de figuras, no qual tudo estava vivo. Os pássaros cantavam, e as pessoas saíram do livro e falaram com a menina e seus irmãos; mas, quando as folhas se viraram, voltaram a seus lugares, para que tudo estivesse em ordem. Com a memória desse conto, o filósofo Walter Benjamin discute se são mesmo os personagens que saltam do livro ou se são as crianças que mergulham na leitura de seus livros ilustrados.


Diante dessa caixa mágica eu responderia que acontecem as duas coisas. Os personagens saltam das páginas fisicamente, como se quisessem criar vida própria me lembrando dos clássicos da literatura infantil brasileira de Monteiro Lobato, em que os personagens das histórias de Dona Carochinha fogem dos livros para viverem novas aventuras no Sítio do Picapau Amarelo. Alice também visita o sítio nessa aventura intertextual. Tenho a hipótese de que possa ter sido uma possível inspiração de Lobato para a fuga dos personagens pode ter sido a visão de uma ilustração pop-up em uma edição específica de Alice no País das Maravilhas ilustrado pela inglesa Ada Bowley, cujas ilustrações estão nas primeiras edições de Alice no Brasil, adaptadas e publicadas por Lobato em 1931. Na capa do livro vinham as palavras “Come to live panorama”. 



CARROLL, Lewis. Father Tuck's Alice In Wonderland “Come to life” panorama. Ilustrações de A. L. Bowley. London - Paris - New York. Raphael Tuck & Sons. c. 1930.

 

Nesse caso específico do pop-up do espelho, abrir o livro não é só atravessar uma porta, mas também, literalmente, atravessar o espelho e entrar no gabinete de curiosidades da loja da ovelha, que considero o lugar mais mágico e quântico de toda essa obra de Lewis Carroll, com estantes repletas de desafios a serem desvendados, mas que se tornam vazias quando olhamos para elas. Aqui o olhar brinca de esconde-esconde, a mão brinca de era outra vez, a imaginação atravessa portais inesperados. Ao mesmo tempo, nos tornamos também Alices, interagindo com as cenas como num jogo de uma história sem fim, conversando com os personagens e dando vida aos desafios que o texto de Carroll nos apresenta e Mitrofanov e Ivanova nos convidam a jogar também.

 

Mitrofanov já ilustrou Alice no País das Maravilhas em formato pop-up. Ele tem também edições de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho em formato padrão. Estou intrigada por descobrir algo óbvio que não tinha percebido antes com clareza ou simplesmente não tinha colocado em palavras. As ilustrações de Mitrofanov são muito vivas e dinâmicas, podemos sentir o coelho correndo pelo livro, a poça de lágrimas transbordando das páginas, somos colocados em ângulos que desafiam nosso equilíbrio nas vertiginosas transformações de Alice, e assim por diante. O ilustrador tem uma imaginação brilhante repleta de contos de fadas e livros de fantasia ilustrados anteriormente, e passar pelo seu Instagram me faz voltar às prateleiras da loja da ovelha, dos livros de Eliza e de Lobato, ou a ilustração panorama The Magic Bookcase de Robert Ingpen e imaginar os personagens saltando e atravessando os quadradinhos para começar novas histórias.

Mas encontrar detalhes curiosos e interligações insuspeitadas nas suas Alices. eis é um trabalho para os comentários nexialistas de @semperluxus, que tem um armário de maravilhas para os amantes das edições especiais de Alice e sua multidimensional história sem fim.

 

MANGANELLI, Giorgio. Pinóquio: um livro paralelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2002

BENJAMIN, Walter. Livros infantis antigos e esquecidos. In: Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. 6. ed. São Paulo: Brasiliense,1993





Images from: Ruslania  bookshop

 

17 July 2022

[:a.cinema:] performando [Alice]


 Dino Vicente, Rodrigo Gontijo, Sergio Basbaum

3 filmes de Alice editados com música ao vivo e jogos de palavras imbrincados em estado de livre improvisação. Assim que cheguei Alice se levantava e desdobrava no plano astral num truque cinematográfico de um filme muito antigo (1915). Entrei em uma experiência de liminaridade entre o sonho e a vigília. Como um sonho lúcido viajando dentro do sonho de outra pessoa que viaja dentro do sonho de outras pessoas que viajaram no sonho de Lewis Carroll. Uma viagem entre registros, texturas, materialidades, editados na ação e na paixão do tempo. Modular, repetir, insistir, sobrepor, diluir, estender, borrar, arranhar, acoplar, fluir e tantos outros verbos. No limiar entre a narrativa, a memória  de cenas e personagens tão conhecidos e a história que se perde numa espécie de não lugar. Filmes queimam como óleos psicodélicos no limiar do desconhecimento. Alice é matéria prima na qual podemos nos perder,  deslocar e multiplicar sentidos, já que o nonsense é a “falta de sentido que produz excesso de sentido”. E é sempre bom lembrar também que, como disse Deleuze, o sentido se passa na fronteira.


9 April 2022

ALICE em 7 CHAVES - Resenha de Paulo Urban - Psiquiatra e terapeuta do encantamento

 

De Alice em Alice, Adriana Peliano (ela estuda e vivencia Alice desde criancinha) se abriu em Maravilhas! Uma destas é seu Livro Fabuloso (palavra esta, por sinal, aqui muitíssimo bem empregada), cujo texto não se perde em narrativas, senão que se lança a um alcance inusitado, fruto do criativo diálogo que trava com as ilustrações às quais ele pertence. 

 É preciso que se diga: essas ilustrações que dão vida a ‘Alice em 7 Chaves’ (64 páginas, Ed. A Mascote, Belo Horizonte, 2021), são colagens de Adriana feitas sobre outras ilustrações das clássicas edições de ‘Alice no País das Maravilhas’, de Lewis Carrol (1832-1898), e ainda sobre obras de expoentes mestres da pintura como Claude Monet e Hieronymus Bosch, dentre outros artistas alicelucinantes, obras e ilustrações estas das quais a artista-autora incorpora fragmentos e cria associações oníricas por meio de sobreposições e deslo(u)camentos. Só vendo mesmo essa loucura pra poder admirar! 

 Em ‘Alice em 7 Chaves’, um verdadeiro Reino do Impossível, também vale seguir os conselhos da Rainha Branca: antes que abramos sua primeira página, melhor é já nos pormos a acreditar em pelo menos 6 coisas impossíveis, isso tudo ainda antes do café da manhã. Até porque nesta obra, texto e ilustrações (todas incríveis, dotadas de sedutora riqueza estética) funcionam juntos numa conversa afiada inaudita, capaz de encantar qualquer Chapeleiro Louco.

Se por um lado Peliano põe seus leitores num labirinto, por outro nos oferece 7 Chaves com as quais nos convida a abrir Mágicos Portais, acesso todos eles para aventuras Alissurreais, em que a única lógica presente são a do assombro e desconcerto, envoltas nas brumas de sonhos alicisérgicos através dos quais, conduzidos pela pena e arte de Adriana, somos alçados a mundos outros impensados, repletos de desafios enigmágicos e divertimentos a dar à sua criação um caráter de livro-jogo, um fértil combinatório de imagens e ideias que se desdobram feito mandalas que, por sua vez, se transformam em relógios, alixires, maluquices florosóficas, trasflormações e metamorflores, viagens alicináticas, jogos enigmágicos e outras malucalices tão reais, mas tão reais, que são puro faz-de-conta. 

A grande questão, esclarece-nos a autora, é que quando Alice chega ao jardim da Rainha Branca, pouca gente disso se dá conta (não sei de ninguém que antes assim me tenha dito), não é lá o Jardim da Realização que ela, Alice, antes havia visto, no início da história, através da fechadura de uma daquelas portinhas que havia no buraco em que caíra. Diante disso, propõe-nos a autora: “Resta saber se algum de nós saberia chegar até ele”. Daí o porquê das 7 Chaves, todas mágicas, para que tentemos com elas acessar nossa oculta e mais feliz realização pessoal, aquela que habita esse Jardim em que nossa alma, distante de tudo que ilude ou mais engana, se descobre pura feito Alice num Mundo de Maravilhas. 

SERVIÇO: Essas pedras preciosas, esses raros exemplares de ‘Alice em 7 Chaves’ (todo maluco criativo que se preze precisa rapidalicemente ter o seu) podem ser adquiridos com a própria autora, pelo e-mail: alicemaravilha@gmail.com R$ 80,oo (este valor geralmente já inclui o frete, mas consulte a autora) OBS: se for dar de presente: ATENÇÂO: o Ministério da Saúde adverte: este livro pode causar surtos de alicespantos; portanto, só presenteie gente realmente criativa a quem falte pelo menos um, senão os 4 dentes do siso. Isto porque gente cartesiana periga não entender nada de nadinha mesmo. 

SOBRE ELA: Adriana Peliano é artista visual, ilustradora, colagista e especialice que, entre outras maravilhas, em 2009 fundou a Sociedade Lewis Caroll do Brasil, da qual é Presidente. 

 TAMBÉM INCRÍVEL: ‘Alice em 7 Chaves’ traz um QR code (e ainda um link) que dão acesso a uma igualmente fabulosa trilha sonora composta pelo músico Paulo Beto; são músicas para que nós, leitores, possamos viajar ao tal Jardim Secreto da realização. Quem de nós, em sã consciência alicedélica, não amaria encontrar o seu? BILÍNGUE: Você pode optar por obter seu livro também na versão em inglês: 'Alice and the 7 Keys' (Underline Publishing, 2021).

Paulo Urban: www.amigodaalma.com.br

 

20 January 2022

Adriana Peliano em "diálogos e insólitas figurações" por Maria Zilda da Cunha

Imagens em migrações poéticas: miradas potenciais.
São Paulo: FFLCH/USP, 2021.
 
 
No capítulo "Alice no país das artes: diálogos e insólitas figurações" Maria Zilda da Cunha viaja no imaginário de Alice através das artes e fala também das minhas colagens e do livro que publiquei no ano passado "Alice em Sete Chaves" (A mascote, 2021) e em inglês "Alice and the 7 keys" (Underline Publishing, 2021) 
 
 

 
Leia o trecho que fala do meu trabalho:
 
"Adriana Peliano, jovem artista brasileira, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil, por meio de recortes, fragmentos, colagens, montagens, mandalas, metamorfoses e assemblagens, desperta-nos um inventário aliciano em mágicos e múltiplos universos da arte plástica, reinventando a lógica do cotidiano, propondo novos sentidos por meio de jogos de linguagens, inserindo o interlocutor em labirintos de sonho. De Alice e suas aventuras, ampliadas por meio de leituras e releituras, que se fizeram ao longo dos anos, Peliano vem compondo um repertório crítico e criativo em uma obra de valor inestimável.

Em 2011, a artista brasileira foi responsável pela tradução, tipografia, concepção e projeto gráfico de Aventuras de Alice no Subterrâneo – manuscrito de Carroll (1862-1864), publicado no Brasil; ilustrou livros de Alice tal como a edição comemorativa de 150 anos deAlice pela Editora Zahar, que reuniu em um só volume as duas obras de Lewis Carroll: Alice no País das Maravilhas e Através do espelhoe o que Alice encontrou por lá. A primeira imagem do mosaico (fig,11), o coelho branco, é uma das ilustrações que compõem o exemplar.

Em seu último livro, Alice em sete chaves, (fig. 12) publicado pela A Mascote Editora, em julho de 2021, Adriana Peliano convidanos a uma viagem por diversos espaços labirínticos, em que se oferecem chaves para abrir portais e enfrentar caminhos insólitos e ambientações oníricas. Espaços em que nosso olhar sofre constantes metamorfoses “surrealicedélicas”, por perceber-se em jardins de sonhos, nos quais a imaginação, a inventividade criativa e crítica insistem em nos mover por entre fragmentos de universos que se conectam a nossas questões existenciais.

A obra faz-se análoga a um jogo em que, ao jogar com possibilidades que se “movem em fractais do infinito como o maior alicescópio jamais visto!” (PELIANO, 2021, p. 4), o leitor passa a navegar por uma obra tecida com fios a serem tramados pelos diálogos entre as linguagens (verbal, visual e sonora45), entre a literatura e as artes plásticas.

A produção de Peliano, de singular captação estética, com suas colagens e intervenções, nos traz desafiadoramente reverberações de figuras de John Tenniel e Gertrude Thomson - que ilustraram os livros originais de Alice - e de pinturas de Bosch, Marx Ernest, Salvador Dali, Monet, só para citar alguns.

O verbal, nesse texto, ganha configurações icônicas na analogia com as chaves - chave dos portais, chaves de leitura, chave dos sonhos etc. O livro, como carnadura, empresta sua materialidade ao design para a composição da enigmática narratividade. Estamos nessa obra de Peliano diante de uma forma escritural contemporânea que se faz como processo de desarticulação de toda pretensão ao universal, de todo ritual para demarcação de poderes e glórias. Nessa trama, faz-se uma literatura no entrelaçamento de diferentes artes, de diversos planos discursivos, fora de qualquer ordem ou modo monopolizador do tempo, do espaço e da imaginação, reverberando elaborações ampliadas que podem abrigar a complexidade. Como no sonho, Alice, assumindo insólitas figurações, imaginou-se certamente neste livro."

8 April 2021

Admire a nossa antiga capa com maravilhosa ilustração de Vermelho Steam

 

ilustração: Vermelho Steam  / tipografia: Nazareno  Rodrigues

7 April 2021

Quem é Alice?

Suzy Lee

 “O grande paradoxo que percorre as aventuras de Alice, diz Deleuze, é a perda do nome próprio, identidade infinita, eterno devir. Quando a lagarta pergunta para a menina, quem é você? Alice não sabe a resposta. Eu sei quem EU ERA mas tenho me transformado várias vezes desde então. Num paradoxo Alice diz que não, mas também diz que sim: sei quem sou, contínua transformação. Como Alice, quando parece que sabemos quem somos, já somos outros, e o que achamos que somos é o que um dia fomos. E o mundo que conhecemos já é outro a cada instante. Menina que nasceu no rio de Heráclito, que sabe que o ser e o não ser conversam todo tempo, num eterno ciclo de se criar a todo momento.

Quando Alice diz que só sabe quem foi, diz que estamos sempre em movimento. E quando foi ilustrada por John Tenniel na Inglaterra vitoriana, inaugurou uma tradição de Alices que seguiram o seu caminho. Mas Alice já não é mais a Alice vitoriana, mas o caleidoscópio vivo de todas as possibilidades. Quantos artistas foram de fato movidos pela necessidade de superação dos modelos estereotipados da menina e seu mundo surpreendente, e pela procura por novas aventuras na linguagem?”


PELIANO, Adriana. A caça à Alice em 7 crises.
LITERARTES. “Publicação científica digital  do grupo de pesquisa Produção literária e cultural  para crianças e jovens da USP”.


Suzy Lee

 

 “Em diferentes encarnações novas Alices não buscam reproduzir em imagens o que está escrito nos livros, mas de viajar em suas veias e teias, entre mergulhos, travessias e cogumelias. Inúmeras alicinações podem ser criadas desvairando em paradoxos, línguas inventadas, desejos nômades, metamorfoses sem cabeças, sonhos dentro de sonhos, caminhos erráticos, risos loucos pairando no ar, desloucamentes. Ao invés da pergunta: quem é Alice, hoje desdobram caminhos para quem Alice pode tornar-se...”

Alicis Especularis.
LINK


Com que Alice eu vou?

 Sendo pesquisadora, colecionadora e  apaixonada pelas aventuras de Alice, é comum as pessoas me perguntarem que edição brasileira eu recomendo. A resposta é sempre, depende. Existem diferenças mais ou menos evidentes entre as traduções e adaptações e seus propósitos específicos, entre ilustradores e linguagens estéticas, entre múltiplas possibilidades gráficas expressas no design e que se traduzem na materialidade do livro. Também é importante levar em conta abordagens editoriais distintas que se consolidam através de notas, posfácios, prefácios e apêndices que favorecem um aprofundamento do leitor no texto e no contexto da obra.

Uma outra questão que é particularmente intrigante em se tratando de Alice é: que edições de Alice a pessoa já tem e o que espera dessa primeira ou dessa nova edição? Quer uma edição com conteúdo de referência e pesquisa e uma tradução de maior relevância acadêmica ou quer uma edição de colecionador artisticamente mais ousada e desafiadora? As vezes essas características se combinam, outras vezes não. Para quem é o livro? Qual a relação que o leitor tem com arte e literatura? É criança? É adulto? Que critérios são mais relevantes para você?

 

A Toca do Coelho. YAYOI KUSAMA. 2012.

Nicolau Sevcenko fala de seu encantamento por Alice

 

Rosângela Rennó
 
“Alice para mim é muito esse lado impulsivo, esse lado criativo, esse lado irreverente, que agente tende a associar com a infância, com a juventude, e que obviamente vai sendo sufocado em cada um pelo processo educativo e pelo modo que vamos nos sujeitando às regras do meio social e às injunções de uma vida professional que acaba criando uma série de limitações e nos põe num trilho que nos torna imensamente previsíveis e que de certa forma aniquila a Alice que há em cada um de nós.

Eu acho que todo mundo é Alice.  Alice para mim é o brilho nos olhos quando você sente a vivacidade, quando você sente a pulsação, quando você sente essa vibração que todo ser humano tem em si, aquele elemento singular, aquela espécie de energia íntima, criativa, espontânea, imprevisível, que faz de todo ser humano uma surpresa permanente desde que ele tenha esse espaço e essa possibilidade de colocar o seu brilho para fora, de irradiar, de brilhar. Alice para mim é esse brilho, essa irradiação.

O que eu acho que o livro faz é essa mágica de deflagrar o gatilho de Alice de cada um e uau! Quando agente entra no  mundo da Alice agente se torna Alice. Nesse sentido Alice está em todos nós, todos nós somos Alice, em suma: Alice é o melhor de cada um de nós.”

Nicolau Sevcenko, 2009.

Entrevista inédita, transcrição minha.

 

"Um dia, Alice" e seus monstros

 Essas são as páginas do livro que foi lido durante o evento "Um dia Alice", em 11 de abril de 2010.

Exemplar único produzido para o evento, não foi publicado. 

Seleção de textos e imagens: Adriana Peliano.

A atriz Karol Korsakoff leu "Uma viagem inesquecível";  a professora de literatura Thereza Vasques leu "Esse livro é doido"; Thereza Vasques e o cineasta "Dennison Ramalho" leram "Jabberwocky". Thereza leu as traduções do poema para o português e Dennison leu o poema original.
 

1 October 2018

Fantasticamente Alice

Segue um trecho de artigo sobre Alice na ilustração presente no livro....

Baixe o PDF do livro completo nesse LINK.

por Priscilla  Ramos Nannini 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(...)














2 July 2018

Que caminhos Alice percorre em suas aventuras?


"Após a leitura do livro “Alice no País das Maravilhas”, os alunos dos 7º anos do Colégio Objetivo – Unidade Barão Geraldo, Campinas – orientados pela professora Jacqueline Gewehr Meneghini, nas aulas de Redação, fizeram um levantamento do caminho feito pela protagonista, desde quando estava no jardim com a irmã, até seguir o Coelho Branco caindo na toca e ir parar no País das Maravilhas, vivendo todas as aventuras e voltando ao jardim. Em seguida, construíram um mapa com linguagem verbal e não verbal de acordo com a interpretação de cada um da história lida."

Alguns exemplos...